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Mostrando postagens de agosto, 2011

A REAL DESVALORIZAÇÂO

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Certo dia, após ter nos feito uma visita, ao sair minha cunhada viu na calçada perto do meu portão uma moeda de dez centavos. Meu filho Eduardo tinha uns quatro anos, vendo-o por perto ela disse: — Olha aí, Dadinho, pegue-a. Ele prontamente respondeu: — Quanto a senhora me paga?

FLAGRANTE DA VIDA REAL

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Meu sogro costurava em sua pequena alfaiataria, quando o pedal da velha máquina se soltou. Um vizinho se prontificou a consertá-lo, foi até a sua casa e logo retornou equipado para a solda. Após limpar o lugar que deveria soldar, avisou: — Este pedal já foi soldado. Meu sogro coçou a cabeça, fez alguns cálculos e respondeu: — Hoje, ele deve ser general. Reforme-o. Emília Goulart Membro do Grupo Experimental

SOLIDÃO

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Não tenho falado com os pássaros, hoje notei esta ausência no meu rotineiro amanhecer. Meu dia tem começado mais tarde, os pássaros já se fartaram com algumas migalhas colhidas fora do meu quintal. Abrigaram-se à sombra de uma árvore distante. Também, ando afastada do meu hábito de olhar para o céu. Uma telinha ridícula capturou as paisagens, ficou muito fácil um encontro com Deus, basta um clic e ele está ali, disponível para expulsar demônios, dar carros e mansões, atender nossos desejos, desde os mais profanos. A felicidade deste paraíso tem custo, é lógico! Assim como não se reza quando a vida está calma, não olhamos para o céu quando ele está limpo, livre das nuvens negras. Será que aquele céu que admiramos e tememos é o mesmo que irá nos abrigar? Repousaremos nos flocos brancos de nuvens como se fossem almofadas, ou nos ocultaremos por trás das nuvens negras temendo o que ainda há de vir? Não quero cair em nenhuma boca faladeira onde a língua chicoteia o céu sem piedade, não