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Mostrando postagens de 2012

FELIZ 2013

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                                                               Meus desejos de um Feliz Natal e um próspero ano novo. Mais um ano está chegando ao fim. Como sempre, tudo que finda nos dá a sensação de que poderia ter sido melhor ou que poderíamos ter feito melhor. Fim de ano, tempo de balanço geral, papel picado vai voar do alto dos edifícios, enquanto engenheiros lançam olhos de águia em busca de espaço para abrigar um novo projeto. Velhas lembranças serão desalojadas. Algumas refugiadas na saudade irão alimentar o acervo individual e incontestável, localizado na mente dos humanos. Outro “Grupo Escrevivência” deverá surgir para combater com suas armas, o “alemão”, aquele clandestino que tenta invadir esse acervo. Tudo pode ser renovado no próximo ano, mesmo o que foi levado pela acomodação do planeta por nosso desrespeito. Texto publicado pela internet declara como opinião do advogado Marcio Thomas Bastos, que o julgamento do “mensalão” se tornou fenômeno jurídico ti

CANTO MORNO

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Depois de um período de euforia que precede ao lançamento de mais um livro, e desta vez com o apoio do Programa de Fomento à Cultura da Prefeitura Municipal de Araçatuba, recolhi-me ao canto morno de onde posso acompanhar os primeiros passos de alguns leitores por este Descaminho dos Anjos. Há um canto morno? O leitor deve se perguntar. Se há não foi revelado no livro, nele os cantos são escuros e frios. Em algum lugar dentro de nós existe um canto morno revestido de lembranças almofadadas. Raquel, a protagonista, encontrou este canto no fundo sombrio de um corredor estranho. Para mim, o canto morno é o lugar ideal para chocar meus pensamentos, voltar ao velho bule de café que se mantém aquecido sobre o fogão de lenha, longe da pressão da garrafa térmica. Ou me deitar na rede que ainda balança amarrada em duas mangueiras. Nas minhas raízes ,   onde fico a cavoucar, me vejo observando meu avô sentado no toco de madeira recolhendo a baba que escorre num canto da boca, enquanto

DESCAMINHO DO ANJOS - POR RITA LAVOYER

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DESCAMINHO DOS ANJOS Quantos caminhos atravessam os nossos? De quantos nos desviamos, quando podemos? E quando não conseguimos tal feito, quem se atreve a apontar o anjo e o demônio numa relação de iguais, salvando um ou condenando outro? A mão que apedreja é a mesma que tapa os olhos, quando o portador dela não   quer ver o que é explícito,   para evitar comprometimentos. Melhor, já que da boca sai o veneno do homem. Quer arma mais eficiente? Então vamos brincar de amarelinha. De preferência da cor vermelha que enfeita o céu da boca, da boca do inferno: o nosso, que quando erramos a jogada, diante das intempéries   do nosso dia a dia,   sem perdão, somos condenados a recomeçar do poço a que nos submetemos para não perdermos o jogo, o jogo da sobrevivência. Nesta brincadeira, céu e inferno confundem-se, iludindo-nos com seus aspectos nebulosos, dentro dos quais mergulhamos nossas confianças, equilibrando nossa sorte nos pratos injustos da balança aferida por anima

ROMANCE - DESCAMINHO DOS ANJOS

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Caros leitores amigos, estou muito feliz por conseguir, mais uma vez, transformar um dos meus sonhos literários em realidade:  Descaminho dos Anjos.   Permita-me compartilhá-lo com você? Obrigada Emília Goulart

CONFIDÊNCIAS DE MÃE

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Quem costuma ler as crônicas aqui neste espaço do Soletrando espera sempre encontrar a suavidade de um texto literário. Quando lerem   a sigla dos Transportes Urbanos de Araçatuba-   TUA, com certeza irão até dizer: — Opa, mas isto deveria estar na Coluna dos Leitores!   Embora a TUA desfrute constantemente daquele espaço com a altivez de uma dama, visto que jamais muda suas atitudes e desculpas, hoje ela é citada em crônica no Soletrando e prestando um serviço de utilidade pública, seu espaço se destina com objetividade a Terapias Urbanas. Não há terapia melhor que o ouvido de um amigo que o ouça. Apenas o ouça, mesmo que seja por poucos minutos. Se você, como eu, gosta de escrever, vá de TUA. Ela transporta uma fonte inesgotável de temas, uns que nos fazem rir, outros nos fazem chorar, mas este aqui me deixou muito indignada. Gostaria de ser “gente grande”, daquelas que os legisladores leem, para que eles tivessem uma ideia de como anda a humilde família brasileira. Gostar

AMADO JORGE e seu CAPITÃES DA AREIA

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Vivo repetindo e acredito no que digo, não dá para ser escritor aquele que não lê. Pode- -se até escrever um poema, uma crônica e com sorte escrever um conto, mas sem ter lido outros autores, não teríamos ideia de como classificar os textos. Fui pega na minha armadilha. Convidada a escrever sobre Jorge Amado senti um suor frio e pegajoso banhar minhas mãos. Da vasta obra deste escritor eu havia lido tão somente Capitães da Areia , isto porque apresentaram a obra aos meus filhos na escola e, diante das narrações que me fizeram quis saber do que   se tratava o livro. Gostei! Achei mesmo que saber como viviam os meninos de rua na Bahia não era tão ruim assim. Fiquei neste. Outras leituras me instigaram mais. Agora, às pressas, reli a Literatura Comentada de Jorge Amado e lamento não ter lido mais de sua obra. “Escrever para mim é uma coisa que faz parte, que está dentro de mim, é a única coisa que eu sei fazer. É uma coisa que vem das minhas entranhas, é uma necessidade: eu sin

A ÚLTIMA PASSARELA

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Emília Goulart *    Caminhou pelo quarto quase vazio, olhou para algumas peças de roupas amontoadas na cadeira, outras esparramadas pelo chão.   O casal acabava de comprar o guarda-roupa. Madeira pura, ela garantiu, tentou com esse argumento, conseguir mais alguns trocados. A moça olhou para ela, depois para o noivo, que estava ocupado em descobrir um defeito que reforçasse a pechincha.   — É madeira de lei, pode examinar bem. O noivo percebendo a intenção reforçou — Mesmo que fosse de ouro, nem um tostão mais. Sem outras palavras, a vendedora estendeu a mão. As manchas senis explodiram em gargalhadas.                           Ao saírem a moça sussurrou:— Alzhaimer! — Não, abstinência alcoólica. Restavam ainda a cama, uma mesinha redonda, a cadeira quebrada, nada de valor. Olhou compadecida, para os velhos trastes, enquanto do espelho algumas imagens relâmpago, despediram-se dela para sempre junto com o velho guardaroupa Sentou-se na cama, desolada com a aparênc

CHAMAS QUE SE APAGAM

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Estou bravamente lutando com uma temporada de seca. O céu promete que vai chover, mas um redemoinho chega levantando poeira e carrega minha inspiração. Sei que é uma estação parecida com o outono, já passei por outras. As palavras estão secas e caem como as folhas, quebradiças. A caneta brinca com pequenos rabiscos e textos inacabados são dispensados no cesto de lixo. Minha inspiração foi ceifada por uma serra. O cajueiro veio abaixo, e o meu amigo e confidente bem-te-vi procurou outro lugar para se abrigar. Inspiração é um fantasma que chega, se insinua e desaparece. Seu tempo é fugaz e, se não for capturada, com a rapidez de um raio escapa.   Um casal de apaixonados morre no primeiro golpe da caneta, abatidos por um prosador, ou poeta, em uma estação de outono. Mais um papel amassado que vai parar no lixo. Em dias estéreis um cesto cheio desses papéis rabiscados pode gerar uma piada prosaica a circular pelo mundo sem que ninguém assine a paternidade. Para evitar es

IDOSO NÃO É PALAVRÃO

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                                     Ser idoso é carregar da juventude muitos erros e acertos sem se queixar do peso, é valsar com a idade sem pisar na dama. A velhice é uma bruxa que voa por aí, a procura de um idoso que parou de sonhar e nele pousa para transformá-lo em velho. Daqueles que puxam uma carroça de mau humor.  A longevidade de uma vida é um prêmio concedido àqueles que, com arte, conseguiram viver os bons e os maus momentos. A cartola pode estar cheia de lenços negros e a mágica consiste em colorir antes de retirá-los. As lembranças ruins precisam ser refinadas na memória e isso leva um bom tempo. Muitos jovens perdem cedo a vida sem aprender dela a grande mágica.                    Ser idoso é aceitar, sem rusgas, as rugas que o tempo acumula. Ensinar aos jovens que andar sobre o fio do tempo, sem rede de proteção, não é sabedoria. O idoso sabe que o ponto de equilíbrio, entre os bons e maus momentos, é o bom humor. Por isso, ao olhar-se no espelho e ver sua embalagem a

DESGARRADA

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Desgarrada Quero escrever poemas. Visitar-me por dentro, Como só os poetas são capazes. Meus textos são prosas. Abandono-me às margens. Minha alma se esconde nas entrelinhas, Nos cantos dos contos. Não raro se perde, No meio de um romance. Morre de mal “crônica”. Oh, poesia, resgata-me deste poço profundo de prosa. Com suas garras poderosas, leva-me. Deixa-me aterrissar inteira em nuvens poéticas. Emília Goulart é Membro do Grupo Experimental, Cia dos Blogueiros e UBE. 

BEM-TE-VI

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Meu Bem-te-vi! Cá estou eu novamente com minhas migalhas de pão e minhas palavras ao vento. Eu sei que nem só de pão vive o homem, mas, pensei que por ser um bem-te-vi o pão te bastaria. Percebo que me enganei. Gostaria de ter acordado com teu piar, mas não, hoje amanheceste calado. Atrasaste um pouco. Não tanto quanto nossas morosas leis. Também, não és cego como a justiça. Há tempos te ouço repetir: “bem te vi....bem te vi”...serão os legisladores surdos? Hoje você sequer recolheu alimentos para levar ao ninho.                O quê aconteceu? Seu ninho deslizou cajueiro abaixo devido a chuva? Há dias em que também fico assim melancólica e posso parecer: pessimista ou saudosista. Já me denominaram com estes qualificativos e outros mais. Será pessimismo assumir que caminhamos para o futuro carregando as leviandades e barbáries do passado? Quando as saídas temporárias não mais   os satisfizerem, seremos lançados nas jaulas dos leões para saciar sua fome de liberdade? É sinal de mau go

O conto do sabio chinês - Raul Seixas

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DEVOLVA O CONTROLE

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                                                                                       Se alguém encontrar o controle remoto deste planeta, por favor, devolva com urgência ao seu legítimo dono. Está mais do que provado que perdemos o controle. Por favor, atendam ao meu pedido, antes que Ele descubra como somos indignos de um planeta tão belo. Cheguei até aqui e foram me ensinando coisas novas. Andar com minhas pernas foi uma. Alguém me queria aqui, mas não estava disposto a me carregar a vida inteira. Até ai, tudo bem! Fui bem cuidada não me queixo. Recebi boa educação, ensino religioso e muito amor. Depois acreditei que assim como os pássaros eu poderia voar. Triste engano, que me deixou muitas cicatrizes. Depois de algumas quedas aprendi a cair em pé, mas não desisti de voar. Andei por vários caminhos. Em alguns, encontrei pessoas desiludidas que voltavam procurando saída, pois os belos caminhos escolhidos ocultavam armadilhas e as saídas fechadas pelas drogas não tinham a sinalizaç