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Mostrando postagens de 2021
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     Autores e personagens    A procura de um tema, para escrever um texto e assim preencher o espaço gentilmente cedido pela Folha da Região, aos escritores da UBE, me ocorreu uma reflexão; Como escrever sem ler? Este texto escrito em 2015, não consta nos meus arquivos como publicado. Ao encontrar este texto aqui abandonado e sem lembrança nenhuma de tê-lo publicado antes decidi, vou publicá-lo. Hoje ele me pareceu mais atual do que antes. Como eu poderia escrever sobre um relacionamento tão intimo entre escritores e seus personagens, sem antes conhecer um pouco mais dos meus autores. Lancei-me a pesquisar os personagens criados por grandes mestres da literatura. Aqueles que permanecem na memória do leitor. Aqui vou escrever um pouco sobre os meus eleitos. Ainda que eu viva outros setenta anos, sempre me surpreenderei com alguns hábitos meus, desta vez foi a percepção de que nada escrevo sem pesquisar um pouco sobre o tema. Estou sempre recorrendo a minha pequena biblioteca, ou
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                                    O amor em quatro estações Um dia amei sem nenhum pudor. Sofri, chorei me despi de amor próprio e simplesmente amei. Amei como jamais pensei amar. Acreditei que seria para sempre. Enquanto o mundo girava brinquei de amor intenso. Na primavera deitei-me na grama e vi o céu se derramar em estrelas sobre mim. Era jovem e tecia meu destino com fios dourados de amor. Na crença de que seria sempre primavera. No verão torrei-me ao sol para virar uma estátua de bronze, pensei que assim sem vontades próprias aceitando suas variantes de humor, faria dele o homem mais feliz do mundo. Suas vontades eram tão intensas e vulgares,   as minhas tão ambiciosas. Não consegui acompanha-lo e nossas estações não se completavam. Fiz uma fogueira ardente com os gravetos dos galhos já sem flores que haviam enfeitado minha vida na primavera Como eram encaloradas as mudanças de estações! O outono se aproximava, com punhaladas fortes tentei riscar seu nome gravado n

O tempo de cada um

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  O tempo de cada um Cada uma vivendo dentro do seu próprio tempo. O tempo que pode ser ontem, hoje ou o amanhã, este ilustre desconhecido que me permite estar aqui, um dia vai se apresentar com uma ordem de despejo. No meu tempo vive uma mulher apaixonada pela vida e por tudo que faz. Amo meus carrapatos e pulgas. A eles dei nomes, Dulcy, Junior, Chy, Huguinho   e Dadinho. Eles muitas vezes me provocam coceiras, mas, não sei se ouvi ou acabei de criar; filhos são sarnas que a gente coça com gosto.   Nos meus romances, encontrarão mulheres de todas as cores, raça e classe Mas, eu poderia ser a vó Lina, uma filha exemplar dedicada à família sem abandonar os sonhos de ser ela mesma. Talvez, Raquel, a menina que viveu na prisão fria e indigna, conheceu outras garotas como ela, sem nenhuma perspectiva de dias melhores. Entre elas Judith e Marta que ao sentirem a solidão fizeram suas tristes escolhas. Poderia ainda ser a Rosa, que no convívio com o preconceito aprendeu a se impor, s

Isto vai passar

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      Isto vai passar Estamos mudando nossos costumes. Seria apenas isto, mas as vidas perdidas farão muitas faltas, hoje é uma segunda-feira, apenas mais um dia puxado a reboque, pelo domingo.   A agenda está vazia para esta semana e esta rotina é mais cansativa, que uma agenda lotada. Resolvi escrever mais uma crônica, espero fazer alguma coisa mais leve. Bem vou falar da teia da aranha, quer coisa mais leve que uma teia de aranha? Se não der certo mudo de assunto e espero, que não os decepcione.   A teia de aranha que ontem estava sobre nós, continua, está um pouco maior, se ninguém a removê-la, continuará crescendo. Aranhas não tem outra coisa para fazer a não ser urdir sem proveito algum. Isto vai passar, afinal tudo passa e a única coisa que realmente temos de nossa, é o passado. Quando possuímos uma boa história para contar, podemos dizer com orgulho, vivemos. Nem sempre são os sucessos que marcam o passado. Vamos celebrar e que vivamos.   Quanto mais intercalada entre m

Terra ocupada

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  Terra ocupada     Inconformada com a desordem mundial, gerada pela incompetente globalização e carente de ordem e progresso, decidi sair a procura  de um lugar tranquilo para nele erguer o meu casebre. Ideia infeliz, aonde neste mundo encontrar um lugar plausível, onde a convivência com os pássaros e os animais me devolvesse à tranquilidade perdida, o ar puro e revigorado pela natureza?   Longe da hipocrisia popular que se diz sem preconceitos, e dos políticos, ambiciosos e egoístas que, recebem do povo o poder para lhes devolver miséria. O gigante foi saqueado e está morrendo à mingua. Depois de algum tempo, pensei ter encontrado tal lugar, ele fica no refúgio dos bichos. Não era exatamente o que sonhei, e logo me veio à memória o primeiro verso da famosa música, fascinação. “Os sonhos mais lindos sonhei”. O refúgio não era mais dos animais, madeireiros insaciáveis e acobertados por sucessivos e inescrupulosos governos, ocuparam o refúgio e levaram com a madeira, a paz da