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Mostrando postagens de 2013

SOU CAIPIRA SIM, SENHOR

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Emília Goulart* Créditos da imagem: Biblioteca do Google Image Atualmente, quando ouço a palavra rancho, me bate uma velha saudade de vida na roça. Meus parentes dão risadas e dizem que eu sinto esta saudade porque nada era obrigação, tudo para mim era divertimento. Que com eles é diferente.  Cheguei a pedir a uma tia, ótima colhedora de algodão , que  aproveitava as boas safras para faturar uma boa grana, que ela me levasse qualquer dia nesta colheita onde todos ganhavam dinheiro. Com o consentimento de minha mãe, que nunca me proibira de fazer alguma coisa, falava-me dos perigos, mas consentia que eu explorasse minha curiosidade, que era bem diferente   das curiosidades atuais. Madrugada, e minha tia já havia preparado minha marmita de boia fria. Partimos felizes, a lavoura de algodão era perto e caminhávamos entre o gado, ela sabia dialogar com os animais...   - Oi , boi, afaste-se porque esta menina é preciosidade da minha irmã. Saudade da minh

Blog do Consa: Novos acadêmicos tomam posse na Academia Araçatube...

Blog do Consa: Novos acadêmicos tomam posse na Academia Araçatube... : Na sexta-feira,  28 de junho de 2013, no teatro municipal "Paulo Alcides Jorge", de Araçatuba, houve a solenidade de posse dos ...

UM URSO À MINHA MESA

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                          Ali existe um muro. Quando digo isso, as pessoas riem, zombam de mim. — É! De fato, ali existe um muro — repetem.   Elas têm razão, evito discutir, elas falam daquele que quase todas as casas têm. O muro do fundo, que as separam dos vizinhos, de concreto.   O que elas não entendem é que além daquele tem outro. Não sei mais o que faço, aquele muro me atrai. Estou sempre sobre o muro de concreto observando-o. Apesar de invisível, ele também é concreto. Outro dia, estando sozinho, fui provar a mim mesmo que o muro invisível existe. Saltei para o outro lado e lá estava ele, toquei-o, queria ter a certeza de que não era uma alucinação. Cheguei mesmo a tentar, de um modo súbito, arrancar um pedacinho de concreto e logo senti uma pressão, os dois muros foram se juntando, comprimindo, concreto e abstrato se fundiram. Senti que eles se abraçavam e eu ali, imóvel entre aquele abraço, me senti filho acolhido, protegido, porém, proteção em exager

EMÍLIA GOULART - Nova Acadêmica da AAL

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Devagar se vai longe

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                                                                           Devagar se vai longe D. Canô foi longe, eu também quero ir. Sigo Nilo Amaro pela cantiga afora: “ leva eu minha sodade... quando chego na ladeira tenho medo de cair”. Nesta hora a gente quer ficar, a não ser que uma dor maior que a saudade nos faça desistir da vida. Se eu continuar viva até onde chegou a Dona Canô eu levarei muita saudade. Porque saudade é como erva daninha, brota todo dia no coração da gente. A vida é muito bela, desprezá-la como coisa comum que pode acabar a qualquer momento não é sabedoria. Canô tinha respeito pela vida e soube cuidar da sua muito bem.  Minha vida eu trago como pipa na linha, deixo-a flutuar entre nuvens, recolho-a se o tempo muda e percebo chuva, não a expondo sob-raios e trovoadas. Não sei se temos o controle da vida nas mãos, por isso não embarco na velocidade do tempo. Quero ir é devagar, devagarinho...  Sei que o tempo é voraz,  consome dias, meses e ano