FELIZ NATAL


     A proximidade do Natal nos transporta para dias especiais da nossa vida que ficaram guardados em um recanto da memória reservado a nossa infância.

 Agradeço a Deus por este pequeno compartimento onde as boas lembranças são preservadas, nele não há lugar para mágoas, nem decepções. Ele é um lugar sagrado. Inocente e puro. Nele está a criança que devemos buscar constantemente dentro de nós, é com este espírito natalino que devemos comemorar o aniversário Daquele que veio ao mundo por nós e não para si mesmo.

O feliz aniversariante que nos desperta para o amor ao próximo, o respeito e a solidariedade, é o Menino Jesus, que nasceu em uma manjedoura e foi visitado por reis.
 A proximidade de 25 de dezembro é um tempo mágico, os nossos sentidos parecem acordar de um sonho ruim, onde uma correria infernal nos leva para algum lugar onde não queríamos estar. Lá, onde habita a vaidade, o consumismo e o egoísmo fazendo de nós seus escravos.

Mas, eis que se aproxima o Natal e com ele novas esperanças, novas promessas. Vamos festejar com alegria Aquele que veio para nos salvar.
A visão começa a se encantar pelos enfeites natalinos. Luzinhas começam a piscar para nos lembrar que uma criança nasceu por nós e que ela quer comemorar seu aniversário em meio à paz.
O olfato já sonda o cardápio admirado pela visão, antes que o paladar se lance a ação. É hora de selecionar os pratos que irão compor a ceia. Muitas frutas enfeitarão a mesa, o tato discretamente confere tudo, alisa e apalpa. Visão, olfato, paladar e tato começam a se entender. A audição está relutante:
— Com este carro de som eu não vou.

 Não é à toa que este sentido se recusa. Ele tem bons motivos. Porém, é Natal. Os carros de som vão aderir ao tema e espalhar por aí o jingobel.
 Hoje a noite é bela... Como é bela! Ela promete e seduz.
A cada Natal as lembranças vêm até mim em veículos diferentes. Este ano chegou de ‘paladar’, com o sabor das castanhas cozidas e do pudim de laranja da minha querida tia Maria que já compartilha da mesa real.

 Na sequência, a visão. Esta chegou bem vestida, com muito brilho. Vislumbrou a mesa posta com fartura cercada por nossos familiares. Naquela mesa ainda não faltava ele... meu pai.

 O Papai Noel que já na minha infância era muito velho de barba branca, quase sempre se esquecia dos presentes, não era assíduo, às vezes não aparecia. Também não fazia muita falta, nunca o vimos realmente. Chegava sempre atrasado. Deixava presentes nos sapatinhos e partia sem ser visto. Isto muito me intrigava. A felicidade ficava mesmo por conta da convivência alegre e pacífica entre os familiares e amigos. O olfato circulava pela pequena cidade seguindo o aroma do porco no tacho e da leitoa assada que integravam as festividades natalinas.

Por fim, o tato descontraído entrava portando afetuosos abraços. Meu maior desejo é que o presente natal tenha a tranquilidade dos natais da minha infância.

 As visitas inesperadas são bem-vindas em noites de natal, desde que tragam nos corações a mensagem de Jesus: “Eu vos deixo a minha paz, Eu vos dou a minha paz”.

Emília Goulart - Membro do Grupo Experimental da AAL, da Cia dos blogueiros e da UBE.

Comentários

Rita Lavoyer disse…
Obrigada Emília, que as bençãos do Nosso Senhor recaiam sobre toda sua família.
Rita Lavoyer e família.

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